quinta-feira, 9 de abril de 2015

Que Máscara você usa?




                                                    Música do Post  Surround Me With You

Hoje acordei pensando no poema de Fernando Pessoa no qual uma parte fala que o poeta é um fingidor, finge a dor que deveras sente.


AUTOPSICOGRAFIA


O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.



E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.



E assim nas calhas da roda

Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa
E eu fico pensando na minha dor que ninguém sabe ou desconfia que eu minto tão bem, onde forço um sorriso e o mundo todo que me rodeia me acha forte e valente mas não sabe o que sinto o que eu não falo. Meu maior segredo seria presta atenção no que eu não digo.A dor não é física embora eu a tenha mas é profunda nas minhas entranhas, Outra dor.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Reticências musicais



A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver.
                    
( José Saramago)


Música: Blue Monday

Estou ouvindo uma seleção de músicas que fiz nas minhas playlist no Spotify.
 Resolvi espanar o baú do passado e reviver algumas coisas no pensamento apenas, me teletransportar no tempo.

Será que é possível a gente ser mais burra? Ou não? Em outros momentos sinto certa nostalgia, era tão livre. Inconsequente? Talvez, mas era apenas minha capa de invisibilidade, meu bem.

Sei lá, será que deveria limpar o coração e perdoar algumas ignorâncias alheias? Dizem que alivia a mente.

Sou feita de urgências e essas urgências já me ferraram muitas vezes e ainda me colocam em maus lençóis psicologicamente falando, em um estalar de dedos aciono o botão secreto que todo mundo tem guardado para algumas ocasiões e puft estou lá novamente, e ninguém é culpado mas culpo aleatoriamente.

Eu sou a culpada mas resolvi dividir essa culpa, aprendi nas terapias internas que nem sempre tudo é coisa nossa, tem participações nela.
 Então volta tudo novamente e sim preciso descarregar essa coisa e muitas vezes me pego não sendo eu mas aquela da capa.





quarta-feira, 4 de março de 2015

Tentando reconfigurar a vida.


Imagem 



Muitas vezes paro para pensar e digo em voz da alta mas que kct! Em meu linguajar de sangue italiano e português, dos parentes passados.

Mas veja bem como se é difícil tentar se reestruturar depois de uma quase morte, se bem que até hoje tenho contato com quem me socorreu, enfermeiros e pessoal da UTI onde passei umas temporadas e na cidade que sempre volto pois meus médicos são de lá. O sorriso de contentamento e incredulidade ainda estampa o rosto deles.
Me sinto em dívida.
Aliás sinto em dívida comigo mesma.

Fico relembrando que minhas piadas para disfarçar a gravidade daquela noite fatídica fez até o padre chorar,( depois falo sobre ele tadinho, o serviço social, a psicóloga, os enfermeiros da ala trataram de atender meu pedido que fosse me dado a unção dos enfermos ou extrema se necessária já que todos acreditavam que eu ia mesmo bater as botas)

Então lá estava eu estropiada, sem poder  andar, coluna com vértebra explodida, dores terríveis que nem a morfina dava conta, punho e mão separados ( quase) e ainda fazia graça de minha situação.

Penso que nem tive o prazer de sentir medo, de  ser normal, tive que desempenhar meu papel de conforto ao outro ou outros afinal só eu falava ali por pouco tempo o resto estava todos semi moribundos.

Será que é um castigo essa insana minha vida? estava tudo tão certinho, galgando sucessos, cidade e estado novo novamente e eis que sou cortada do jogo.

Fico fula mesmo.

Aliás é saudável tirar a frustração para fora.

As melhores coisas foram depois da quase morte e da cirurgia de 12 horas, depois de outra de 4 horas e litros de sangue novo aqui, eu ter feito amigos improváveis nos lugares que fiquei, todo mundo lutando. E a gente ria se divertia, os enfermeiros adoravam ficar ali com a gente.

Depois de um tempo ganhei uma cama nova hospitalar toda cheia de recursos e com controle e pude ficar mais altiva kkkkkk lembro que para ter direito a isso tive uma madrugada péssima que nunca vou esquecer na vida, e nunca esquecer também da dupla de enfermeiros que me ajudaram.

É meu anjo não tira férias, trabalha duro. 

Mas o que fico pensando é se eu tinha que estar ali mesmo, com essas pessoas pois parecia algo tão surreal que até hoje é um mistério.

Uma vez recebi um recado de uma senhora dessas que aparentemente veem coisas que a gente não sabe se acredita ou não rsss que eu era para ter morrido e que a coincidência foi a troca. Fiquei estarrecida, meu único tio vivo paterno idoso morreu meia hora depois de meu acidente, em um também acidente trágico) e eu queria ter o visto quando tinha viajado estranho.

E que fiquei segundo ela disse ok? Que tinha coisas a acertar e cumprir.

Ora veja só isso todo nós temos, mas fico pensando nisso pois nem sabia de nada, enfim chega.

Tenho que trabalhar esse corpo que é pesado, a cirurgia cortou de cima a baixo minhas costas e reconstruiu algumas coisas então sinto a musculatura o tempo todo, no punho e mão também.

Me arrasto, e muitas vezes até dou umas tentativas de correr, que no meu caso é andar rápido hahahha mas cansa, marido acha que devo dar fim logo na muleta e bengala que já não uso, ele tem receio que eu volte a usar por fraqueza, achar fácil.

Todo mundo espera algo de mim, tenho um livro da minha incrível história pra fazer ainda e terminar. Sei que vai ajudar muita gente, mas parei e as memórias estão fugindo, preciso voltar ao Hospital quando viajar e procurar os nomes certos de todos, e não esquecer do espaço tempo que ocorreu.
Todos tem interesse, na época até o próprio hospital e sei que vai ser muito divertido, porque sinceramente eu sei como ninguém vestir um personagem e jogar malabarismos, mas por dentro o palhaço sempre chorar escondido.


.

Putz






A gente vive querendo agradar a quem mesmo?
 Só é válido quando nos estimula a ser nós mesmos e ser felizes caso contrário gera só infelicidade.
Pois o aplauso também mata segundo o que um pernilongo me contou.
(Refletindo sobre mudanças radicais.)
Já dizia Colton: "O aplauso é o estímulo das mentes nobres, fim e meta das mentes fracas"

Olhando através do espelho





Minha música: Strange Birds 

Hoje me encontrei. 
Encontrei uma pessoa que por acaso era eu própria em outra dimensão em outros passados que eu nem lembrava.
Fiquei ali analisando aquela pessoa e chorei, sorri.
 Escrever é se rasgar por dentro e colocar para fora o que se grita em silêncio.
voltarei.
Porém com a certeza que o passado é lugar de referência  e não de residência.
(JR)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Renascendo das Cinzas, Fênix para sempre.




Música: Summertime Sadness (estava ouvindo no momento, escolhi minutos antes do acidente)

Qual seria o real sentido da minha vida?

Quando estava deitada em meu leito em uma UTI entre a vida e a morte e desenganada por muitos eu me perguntava, afinal de contas qual era o meu sentido nessa vida?
Afinal se era para acabar assim sem muito glamour e com sofrimento que eu pelo menos pudesse opinar como iria ser o grande final.
Pensava e repensa muitos momentos e muitas vezes nesse filme entre os barulhos dos maquinários que eu estava ligada e me ajudando a me manter estável que eu poderia ter feito mais e que fora corajosa muitas vezes e covarde em algumas. Deveria ter feito isso e aquilo pensava.

Em outros momentos pensava que será que era um castigo divino? Mas como se tinha muita gente para acertar essas contas porque logo eu furando a fila?

E pensava que lástima muita gente nem vai lembrar disso ou daquilo e no fim acho que vivi em conflito em querendo agradar desagradando porque somos cobrados a ser uma coisa, e somos aprisionados dentro do que somos de verdade.